‘Todo mundo, mesmo pobre, nasce empreendedor’, diz Yunus
No dia 18 de março foi publicada no Estadão uma entrevista da colunista Sonia Racy com o Prof. Muhammad Yunus. Segue abaixo o trecho inicial da coluna:
“Quando ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 2006, o economista Muhammad Yunus já era famoso, mundo afora, como “o banqueiro dos pobres”. Diante de plateias modestas ou sofisticadas ele pregava que “o único lugar onde pobreza deve existir é nos museus”. Ou então, “todo mundo, mesmo pobre, nasce empreendedor, mas só alguns têm chance de libertar esse potencial”.
Passadas duas décadas do século 21, Yunus mostra ter ido além do discurso. O seu Grameen Bank, em Bangladesh, andando sempre na contramão da lógica financeira tradicional – pois empresta dinheiro sem cobrar juros –, já distribuiu US$ 13 bilhões a mais de 9 milhões de pobres, dos quais 97% mulheres. “Bancos convencionais emprestam a quem já tem. Nós invertemos esse princípio: se você já tem, não emprestamos”, resume nesta entrevista a Gabriel Manzano. O que ele propõe é “redesenhar a máquina (da economia) tendo o negócio social, que não visa lucro, como parte desse redesenho”.
Hoje Yunus se diz movido pela urgência. Vê pela frente o que chama de “bomba-relógio” – um mundo de imensas desigualdades caminhando nos próximos 20 ou 30 anos para 9 bilhões de pessoas, com tecnologias eliminando empregos e recursos escasseando. Aos que acham que ele não passa de um anticapitalista disfarçado, adverte: “Ofereço soluções que não pretendem desfazer nada, apenas abrir novas possibilidades”. Sua causa não saiu de graça. Na última década, Yunus acabou se afastando do controle de Grameen Bank, por limite de idade, mas também envolvido em rusgas com outros diretores do banco e mesmo com o governo de Bangladesh.
No Brasil, onde já esteve várias vezes, ele criou em 2013 a Yunus Negócios Sociais, que tem parcerias com Ambev, Natura, Cielo, Johnson & Johnson, Caixa Econômica e outras 30 ou 40 empresas. Os projetos incluem atividades como reflorestamento, energia limpa e coleta de resíduos sólidos. Exemplo: o Instituto Muda, que tem ajudado pessoas de rua em São Paulo a coletar material reciclável.”
Para ler os principais trechos da entrevista com o Prof. Yunus, acesse o site com a reportagem completa: https://cultura.estadao.com.br/blogs/direto-da-fonte/88026-2/